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(a) M.A.R. MOSTRA DE ARTES DE RUA ESTÁ DE VOLTA A SINES!

WE’RE BACK!


A M.A.R – Mostra de Artes de Rua de 2023, regressa a Sines ocupando as ruas, o património histórico e a paisagem natural, valorizando o território, ressignificando-o, criando novos olhares sobre a cidade e quem a habita. A fruição do lazer no espaço público sofre um esvaziamento crescente, também devido ao avanço tecnológico, que coloca ao alcance de um número cada vez maior de pessoas, bens de consumo que possibilitam o usufruto da “diversão doméstica”, aprisionando o cidadão moderno no conforto da sua casa, com as inevitáveis consequências de isolamento e desinteresse pela vivência social. O espaço público é, desde sempre, cenário de resistência e transformação. Num mundo que evolui veloz, e ferozmente, para uma visão autocentrada, que rejeita o pensamento aberto, abrangente e flexível, urge a arte como elo de ligação e criação, e o usufruto do espaço público, elegendo-o como o lugar privilegiado de encontro e de partilha, de construção de relações e de memória. 

Queremos que a M.A.R. exista e progrida numa escala adaptada à cidade, humana e próxima, política porque transformadora, que se relacione com os cidadãos, que possa ser identificada e adotada pela sua comunidade e atrair outros públicos. As artes de rua funcionam como agentes de mediação, estabelecem diálogos e criam práticas comunicacionais, para além de possibilitarem reflexão, ampliando a percepção estética da arte, para todos. Trazem consigo séculos de tradição, que poderiam ter desaparecido, suprimidas pelas transformações causadas pelo fenómeno da globalização. Dar-lhes continuidade e promovê-las é um ato de resistência. A  democratização das artes tem o seu maior manifesto no espaço público, aquele que nos é comum, que nos pertence ou que deve ser reivindicado. Pelo seu caráter de total acessibilidade, provocam a quebra da “estabilidade” diária, ampliam a forma de ver a realidade, possibilitando um espaço de ruptura com a ordem estabelecida. E essa “ruptura” é cada vez mais urgente, e absolutamente necessária, para que a sociedade possa refletir as relações humanas, participar na construção do seu território e tomar decisões sobre o seu próprio destino. 

Julieta Aurora Santos
Diretora Artística da M.A.R. – Mostra de Artes de Rua